terça-feira, 29 de novembro de 2011


Ouviu-se um tiro caminhando em alguma direção
não se viu nenhum sangue em poça pelo chão
mas minhas mãos tremulas e despedaçadas
eram de um suado e frio vermelho
embora nada mais restasse a percorrer minha alma.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Me bateu uma vontade de...
Não, o que bateu foi o chão,
dizendo: - “Acorda, nenhuma dor é em vão!”

Chegou minha vez de ver a lâmpada nua
de ter os galhos crescidos da arruda
ouvir pequenos insetos vagando pelo chão.
É a hora de ler uma versão qualquer sobre mim
vociferar as febres que baniram a rubra poesia
permitir o ensejo louco do desejo alojar em meu peito.
Momento de refletir a lua sobre meus olhos
salientar que nenhum poro se fechará
para tão fulgente aurora que nascerá.

terça-feira, 22 de novembro de 2011


Tudo vai bem ao fundo
os dentes, a alma, o sangue,
cada partícula viva que me acompanha
não é pedaço de mim,
é parte de outro ser,
de um passado remoto
de um quebra-cabeças em diagonal
sem peças faltantes
e sem encaixes perfeitos,
pois é na imperfeição que eu me fiz,
mas dela abandonei a segundos,
pra ficar na noite vazia
pois nas sombras nada se vê
nada se reflete
nada fica sem caminhar
nada se torna mais do que o eu próprio.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011


O momento em que me deixei ir,
era o que eu mais do que poderia lidar,
era o momento em que meus pés tocaram o chão.

sábado, 5 de novembro de 2011


Tudo que eu queria falar
não conseguia
as palavras saiam partidas
todas na contra-mão.
Tentei entender teu idioma
mas seus olhos não me ouviam
então eu pensei em algo
que eu nunca fiz.
Atravessei o vento
rumo ao pôr-do-sol
colhi as luzes vermelhas
coloquei todas em minhas mãos.
Então perto de ti
sorri como as mil estrelas
me fiz em versões de sonhos
todas com as mesmas palavras.
E agora sim eu pude mostrar
o meu coração em flor
pra você notar
os versos de mim que cabem em ti.