quarta-feira, 22 de dezembro de 2010



Árvores de plástico fecham meu caminho
com galhos de dor e paixão
e minha visão só vê o mar se distanciar
ficar cada vez mais negro e sem sal.

Onde se vão meus dedos quebrados?
Nos bolsos eles não cabem mais
e os anéis se foram em outras mãos.

Perdido numa multidão errante
todos seguem o mesmo caminho
as ruas estão na contra-mão
sinais de transito sempre verdes.

A noite está sempre em claro
mas os olhos se cerram em vão
Morfeu cansou de jogos de azar.

Cortar os pés de todos como solução
caminhar deixou de ser opção
só restou o precipício como salvação.

Tire a foto da parede
deixe somente o contorno branco
deite no sofá, pegue um cobertor
espere o calor voltar a entrar pela janela
deixe que o tempo passe
não seja tolo pra olhar ao redor
os instrumentos já se calaram
as rosas ainda estão no jarro
as pétalas estão sobre a mesa
as mãos estão em oração
e as lágrimas estão com remoço.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


Nada passa tão rápido
cada segundo conta
cada curva é necessária
pontos e pedras constroem caminhos
o tempo se torna aliado
permanece em meus bolsos
pulsando junto ao meu olhar
os horizontes se abrem
neblinas se dissipam
astro brilhante sobre meus ombros
estou nu diante de mim
só falta agora tirar o valete
e o jogo irá começar.