quarta-feira, 25 de maio de 2011


É sempre assim
o céu sem fim
nós dois ali no jardim
esperando florescer
o que em nós só se pode ver
se você tiver um alvorecer
caminhamos entre botões
olhando o mar
sem esperar
olhar pra trás
por todos nós
o que era azul
agora é algo natural
vamos sair num cartão postal
vendo a tarde espreguiçar
você e eu sempre a brincar
nada vai nos separar
agora a noite vai chegar
nossos corpos vão esquentar
esperando o novo raiar.

sábado, 14 de maio de 2011


Ilumine o azul e o vermelho
saia da toca logo pela manhã
espere pela noite dentro do trem
ninguém vai esperar pelo outono
sirva-se, tem muito mel aqui
segure minhas mãos, vamos rodar o mundo
girando sem parar, sem trocar as pernas
deixe o coração acelerar, vamos dançar
as nuvens do céu vão abençoar
a nossa queda sem paraquedas
o chão não nos limitará
deixa o vento entrar e te aliviar.

quarta-feira, 11 de maio de 2011


Fica mais um instante
espera o gelo derreter
não me olhe por cima do ombro
há muito que perdi os sinais
a areia desce pela ampulheta
cega todos meus ais
a faca já não corta mais
mas permaneça
só mais uns minutos
quero lhe mostrar meu sol
vou trazer um espelho
e torcer para que você ainda tenha sangue.

sábado, 7 de maio de 2011


Cansei de caminhar pelos becos da cidade
vagando em busca de trocados e saliva
luz fraca que ilumina os calos dos meus pés
vou até onde o mar morre na beira
deixarei que ele me leve de volta pro fundo
mas confesso
é do calor dos teus braços que desejo
junto a um bom copo de whisky
sirva-me com o suor do teu corpo primaveril
faça de mim teu boneco de prazer carnal
me prometa amor eterno no final
mas me deixe a ilusão de que somos um casal.

terça-feira, 3 de maio de 2011


Mistérios colados em nossos olhos
luz e segredos estampados no cetim
nasce uma flor de pétalas azuis
peles ofegantes sob o céu de abril
pulsante vermelho enlouquecido
troca de óleos e pelos pueris
peso sobre peso
dorme sobre sonhos brancos
vinde sol dourado iluminar o mel
abracemos o altar do amanhã.