domingo, 25 de março de 2018


Me diz o que não fiz
Para te perder assim
Não foi um mal tão grande assim
Até porque minha falha
Falhou também para mim
Não posso contra argumentar
Com teus lábios fechados
Vai me deixa entrar
Te segurar em meus braços
Te rodopiar em pleno ar
Como eu fazia tempos atrás
Descruze os braços
Me abraça forte
Vem me deixa te beijar
Como nos dias que não tinham fim
Sentir o aroma dos teus lábios
Misturado com as flores do jardim
Diga as palavras mágicas
Prometo não dizer “Eu também”
Como em todas as outras vezes.

domingo, 18 de março de 2018


Todas as rosas têm espinhos
Minhas memórias se vão ao léu
Vasos se quebram ao tocar o chão
Me perdi por entre caminhos retos
Muros não se erguem aqui
Meus sonhos acordam numa cama quebrada
A beira do abismo é segura
Meus olhos desabam no oceano
A morte não chora nessa hora
Mãos atadas em fios de cobre
Casos de janelas abertas
O que respiro me embriaga lentamente
Escadas faltam degraus
Minha essência está pelo chão
Nada muda com o nascer do sol
Mas não sou mais o meu reflexo
A ampulheta as vezes emperra
Meu coração nem sempre é pedra.

quinta-feira, 15 de março de 2018


Era só uma noite qualquer
Cinzenta e fria
De repente ouve-se a rajada
Nua e dura
O cheiro ácido da morte
A pausa repentina
A carne crua mal passada
Sangue no chão
Lágrimas de dor e revolta
Olhos vermelhos
Violência que não se segura
Nenhum coração
Muitos gritos de vozes silenciadas
Agudos e graves
Para onde vai toda a dor
Se não cabe neste caixão.

quinta-feira, 8 de março de 2018


Gosto da tua boca, colada na minha
Gosto dos teus olhos, que não fogem dos meus
Amo os teus braços, sempre tão gentis
Amo tuas coxas, que se entrelaçam bem
Gosto do teu cheiro, que me faz um vai e vem
Gosto do teu sorriso, que me faz chorar
Amo tua barba, que roça meu pescoço
Amo tuas nádegas, que preencho tão bem
Gosto de tuas mãos, que me tocam o céu
Gosto do teu peito, que me faz sonhar
Amo teu respirar, que me sorve sem parar
Amo o teu gozo, que me permite relaxar.

Quero atravessar seu olhar
Abrir as porteiras e entrar
E se não te encontrar
Vou correr por todos os lugares
Não me importo onde estará
É lá que vou chegar
E nada irá ficar parado
Diante de nós
Quero poder te ter
Em meus braços machucados
E se as feridas não cicatrizarem
Não me importará
Pois abrirei meu peito
E te colocarei dentro
Para te proteger
E te confortar
Quero entrar dentro de ti
Ser os poros de tua pele
Te deixar rígido
Fazer de ti uma lagoa
Mergulhar no teu poço
Beber de ti
Te preencher de mim
E no final do dia
Poder te refletir em mim.