terça-feira, 25 de dezembro de 2012


Três e meia da manhã e nós ainda consumindo a cama
Todos os lençóis já ensurdecidos
Nenhum segredo que as paredes já não tenham contado
E a lua queimando em fogo intenso.
Sete horas e nossos corpos sedentos
Prendemos o folego e olhamos entre nós
Não há nenhuma palavra necessária mais
O som se faz com a troca do olhar.
Meio dia e nossos corpos querem caminhar
Andamos em círculos por tempo demais
Mãos dadas sem sentir o que tinha atrás
Pulamos sobre o abismo sem pensar no outro lado.
Dezessete horas e o sol já está cansado
Mas ele sorri pela chegada das cores febris
Paramos para observarmos sua jornada final
Entre as flores e os cânticos entoados por colibris.
Vinte e duas horas e o chão se quebra em mil
Caímos nas lava de todas as paixões
Sem direção nossos corpos são só convulsão
Fundimos tudo num disco de 33 rotações.