sábado, 1 de abril de 2017


De quantas vezes nós fomos e voltamos
O espaço aberto sem se preencher
E nada costurava aquela ardente ferida
Nossos olhos olhavam sem poder ver
O ar rarefeito desse tempo insólito
Não havia mais nada mais para endurecer
Nenhum caminho era mais desgastante
Do que aquele que pegamos sem ter porquê

Vamos deixar pra lá
Nada mais voltará a ser
Deixemos o mundo correr
Todas as nossas mãos
Apontam numa direção
Sem nenhuma razão
Vamos embora
Pois o mundo
Está na contramão

Já não queremos saber do amor
Só sabemos que é amargo e incolor
E vez ou outra não te traz calor
Faz a boca secar, o estômago revirar
Te corta os pés de uma só vez
Você só aprende a rastejar
A escuridão é o seu lugar
Aceite sem hesitar

Só nos resta a miséria
De ser o que somos
Abrace e beije sua condição
Nada é tão ruim
Do que viver uma ilusão
Siga em frente
Liga o foda-se
Deixe tudo para trás