sábado, 23 de abril de 2011


E meus medos de onde vêm?
do interno eu, onde caminham sombras de sal
queimando tudo que tocam
limpando o chão pros vermes da verdade
larvas de solidão abandonada
cessam meus sentimentos avulsos
já não sou dono de nada mais
perdeu-se tudo no caminho que planejei
o certo e o errado eram um só
e só restou a noite me olhando.

terça-feira, 12 de abril de 2011


Não te amarei somente uma noite
meu amor não é tão grande assim
não estou pronto para ver estrelas
sigo somente o movimento do teu corpo
desejo apenas os espaços vagos
minhas mãos não querem segurar nada
deixa tudo ser água e vapor
o verão ainda não chegou
é só minha alma encarando o abismo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011


Não consigo escrever
nada sai de mim
será tanta dor assim
o que me impede agora
era o que impulsionava antes
mas não me sinto mal
mas calou meus dedos
esse incomodo aflora
e lá fora não vejo a flor
mas há um pedaço de madeira
com um nome gravado
mas os cupins o comeram
e já perdi a memória
talvez por isso nada me corrói
talvez por isso não se revela nada mais
ou tudo já me foi revelado
e já seja invisível agora
mas eu continuo com a folha em branco
e a falta de tinta nas veias.

domingo, 3 de abril de 2011


Antes de apertar o gatilho
escute mais um samba de dor
daqueles em que a rosa não se abre em flor
que só os bandidos conhecem o amor
onde o sol queima a pele
e a chuva e a neve não atrapalham o dia
então depois de rever o último beijo
decida se não é melhor esperar o carnaval
antes de dizer que vai embora.