sábado, 18 de agosto de 2018


Discos e fitas esparramados
Vasos de plantas à regar
Saudades da chuva na janela
Papeis amassados e rasgados
A mancha no sofá antigo
Vontade de sentir o mar
Café esfriando na mesa
Vasilha vazia do gato
Lembranças do inverno
Roupas penduradas no varal
Livros cheios de orelha
Gosto do abraço apertado
Marca de batom no copo
Toalha sobre a cama desarrumada
Desejo de ver as estrelas
Fotos soltas dentro da caixa
Quadros empoeirados na parede
Porta aberta para alguém
Tentativas de amanhecer
É o que sobrou de mim

sexta-feira, 3 de agosto de 2018


Daqui de longe
O cego e a bailarina
Deixaram seus rastros
Do verão
E o quieto animal
Na esquina
A céu aberto
Via a armada chegar
Repleta de bandoleiros
Que se instalam
No Hotel Atlântico
Tentando curar
Sua solidão continental
Alguns gritam
Sou eu! Barkeley
E acenos e afagos
São dados a todos
Que já voltaram
A entrar nas suas canoas
E marolas vão deslizando
O nervo da noite
Revelando o anjo das ondas
Que com sua
Máquina do ser
Se faz lorde
E revela uma data
MMC é o juízo
Afinal.