quarta-feira, 4 de janeiro de 2017


Quero me vestir do desconhecido
Esquecer deste falso real vívido
Apagar minha existência inebriada
Andar por entre as covas vorazes
Dos dejetos que a sociedade empurra para fora
Para ser o escárnio vivo alado
Lamber os pratos de louça branca
Lambuzar do fétido sabor das agruras
Ser o vil torpe olhos das rejeições
A diferença entre o espelho e o reflexo
Ser aquilo que nos impede de ser
Ser o medo esquálido e a tragédia prometida
Ser aquilo que se pode sangrar.