terça-feira, 28 de julho de 2015


Nossos corpos explodem em satélites
Ao cruzar a noite ardente
Somente escapamos do abismo
Por uma noite e nada mais

Abrem-se os oceanos verdes
E os colares das cerimonias
Nadam até o fundo sem salvação

À noite nos chama e nos encobre
Vultos perambulam nos desfiladeiros
Empurramo-nos sem sorte
Flamulas flutuam e nos acaricia a face

Nenhum brilho nos cega
Nossas pupilas já se dilataram
Antes que o sol enfurecesse

E as nuvens se dissipam
Por entre pegajosos pássaros
Voando sobre nossas cabeças

Todas as chagas que nos corroíam
Agora perfumam nossas róseas gônadas
E nada brotará no vale
Pois não se faz no vale nossos desejos.

sábado, 11 de julho de 2015


Há tanta coisa pra lembrar
Enquanto a vitrola roda
Mas tudo ainda é nuvem
E o som dos búzios avisam
Não vá andar devagar
Pois a flor tem de regar
Antes que a noite chegue
E o mundo vá descansar.
Quarta-feira está aí
E o sol está a raiar
E aquele quadro pra pintar
Invade a saudade
Dos seus pensamentos
Que inventam poesias de ar
Só pra desafinar o som
De um leve suspirar.

sexta-feira, 3 de julho de 2015


Não existe lado certo na montanha
a queda se dá pra qualquer lugar
as pedras rolam e rolam e rolam
o cume é muito longe pra se alcançar
quem vai parar a avalanche que há
fazer a tortuosa trilha exposta
esconder os rastros rotos
abrir clareira funda
e sofrer a erosão que se dá.