segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Tanto jaz,
tanto se desfaz,
já não me importa mais,
só tenho o som do cais.


dedicado a uma das pessoas mais importantes da minha vida SOT.

domingo, 25 de setembro de 2011


Como machucar um coração em pedaços
se nele já não tem mais vida
se já não tocam trombetas
se teus cacos estão longes um do outro
se não há cola suficiente
se nenhuma palavra traz luz
se a morada foi consumida pelo mar
se nenhuma nuvem está a passar
mas há ainda os pés do outro
que podem sempre voltar a pisar.

sábado, 24 de setembro de 2011


Adorei reconhecer-te
mesmo quando não lhe via
mesmo quando havia sombras
mesmo quando o coração manda.

Eu vim aqui me perder
mas acabei a me encontrar
entre sombras e luz
entre eu e você
entre o som do mar e o sol a secar
entre o dia 23 e o fim do mês
mas voltei a me perder
quando me vi em ti
fugi ao reconhecer
que na verdade não era eu
era só você
e você já não está aqui
então desisti de procurar
eu em você
eu em alguém
eu em mim.

Tanto faz,
já não há mais almas para alimentar,
colhi todas no jantar.

terça-feira, 20 de setembro de 2011


Não quero a paz
somente o desejo
de viver um pouco mais
longe das sombras mortais
e sentindo a delicadeza
que aqui me traz.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011


Quase posso ouvir a tua voz
mesmo que as palavras estejam tortas
mesmo que o ar seja turvo e opaco
até quando a noite parece sangrar
até quando eu não quero escutar.
Quase sinto tuas mãos a me tocar
mesmo que eu seja ar
mesmo quando estou a chorar
até o momento que não se vê o luar
até a hora que o fim vem resguardar.
Quase posso ter o teu olhar
mesmo com a luz do abajur a piscar
mesmo com a alma escura no fundo do mar
até me perder no infinito celestial
até me fundir ao gelo polar.
Quase posso ter teus lábios
mesmo quando não tenho penar
mesmo sem poder me levantar
até o instante do dia clarear
até a sombra me alimentar.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011


Perdestes o lugar entre os cristais
Juntou-se ao amarelo dos ais
Agora tanto faz
O por quê nem me lembro mais.

terça-feira, 6 de setembro de 2011


Caminhos desnorteados
escuridão que entorpece
quem sabe onde as horas adormecem?
Ecos da solidão
frases soltas na ventania
para onde vão os olhos quando saltam o abismo?
O peito dentro da névoa
as mãos cortadas pelo romper do dia
onde vai parar o coração que sufoca a alegria?

domingo, 4 de setembro de 2011


Tudo que me cerca: água
Tudo que me aquece: vento
Tudo que me toca: chão
Tudo que me revela: imensidão