sábado, 28 de agosto de 2010
Ando livre dentro de minha jaula
aprisionei a mim mesmo para não me destruir
era só o arder que me consumia por dentro
mas nada modificava a paisagem fora de mim.
Sempre os mesmo cabelos esvoaçantes
sempre a mesma mão carinhosa
mas nunca o fogo se acendia em chamas altas
eram já cinzas antes do incêndio começar.
Então antes de tocar o solo para deitar-me
tingi-me de prata limpa e clara
pois talvez como um espelho andante
eu posso refletir a esperança cancerígena
que carrego por entre pulmões calcificados.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
As paredes não falam mais comigo
sou um peso morto entre cortinas de sedas
onde foi que deixei meus velhos retratos?
Portas permanecem fechadas por tempo demais
nenhuma luz sobre o mofo dos cantos
onde coloquei meus trocados para o cigarro?
Destravado todos os cadeados e fechaduras
ainda assim minha cama permanece vazia
onde foi que estacionei o carro?
Vidros partidos depois de uma tempestade
nada em cima da geladeira tem brilho
quando foi mesmo que deixei a gaiola aberta?
Móveis empalidecidos em todos os cômodos
papeis voando pela janela aberta
quando foi que meu coração se tornou sombrio?
sou um peso morto entre cortinas de sedas
onde foi que deixei meus velhos retratos?
Portas permanecem fechadas por tempo demais
nenhuma luz sobre o mofo dos cantos
onde coloquei meus trocados para o cigarro?
Destravado todos os cadeados e fechaduras
ainda assim minha cama permanece vazia
onde foi que estacionei o carro?
Vidros partidos depois de uma tempestade
nada em cima da geladeira tem brilho
quando foi mesmo que deixei a gaiola aberta?
Móveis empalidecidos em todos os cômodos
papeis voando pela janela aberta
quando foi que meu coração se tornou sombrio?
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Lembro-me de tudo tão pouco
que não há lágrimas mais a derramar.
Nuvens de pó e merthiolate
ainda vagueiam por minha mente
interrompendo longas paisagens.
Sento-me na beira da praia
vejo as ondas irem embora,
recordo de fotos envelhecidas
condenadas ao abandono.
Nada mais machuca meus pés
a não ser a ausencia da paixão.
Toco minha face lentamente
ainda tenho as marcas da bebida.
Féu e dor amargaram minhas mãos.
O tempo se tornou meu amigo
ele não me permite correr
Nem pra longe e nem pra fora.
Agora é esperar a argila secar
para que se possa quebrar a estátua
de sal e areia que construi de ti.
domingo, 1 de agosto de 2010
Não sei se há um sentimento
para tão pouco momento.
Se teus olhos perderam meus movimentos
é porque faltou um pensamento,
o desejo de me ter.
Mesmo distantes, há ressentimento,
é pelo excesso de acontecimentos
ou o próprio estranhamento
da direção que tomamos.
Mas nada disso vai importar
pois já se fecharam as portas
e a vontade pediu passagem.
Porém, janelas permaneceram abertas
procurando o luar minguante de janeiro.
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