segunda-feira, 21 de maio de 2012

Era uma tarde comum, o sol observava as sombras, as nuvens andavam sonolentas,
um parado esperando o tempo, o outro num misto de medo e vontade,
admirando, sonhando de longe, tomando doses de coragem.
A aproximação silenciosa, olhos se cruzam e uma luz se acende,
é o começo da paixão chegando.
Um curto aperto de mão, troca de palavras
caminham a direção do quarto mágico,
os corpos se acendem,
há medo, desejo, delicadeza e calma,
o tempo para deixar o amor chegar,
se despedem sem vontade de ir.
No ar uma dúvida pairou, haverá de se verem novamente?
Mensagens trocadas rapidamente,
o reencontro com mais calor,
a magia está no ar de forma direta,
vários encontros se sucedem,
o amor brota e cresce sem parar.
Uma viagem, o ciúme batendo forte,
mensagem com raiva, angústia e medo,
resposta alegre, com entendimento
e junto o despertar do olhar,
ambos agora sentiam o amor.
Mas o tempo que parava dentro daquele quarto,
insistia em continuar a andar do lado de fora
e ele tocou afinal.
Tudo se cobriu de fumaça,
atordoante o momento que se fez,
o amor tomou todas suas nuances,
era quente e dolorido,
era calmo e angustiante,
era doce e forte,
era lembrança e desejo,
era delicado e acolhedor,
era protetor e assustador,
era real e tranqüilo,
era lindo e verdadeiro.
Despedida com choro e vontade de ficar,
ambos devastados internamente,
a ausência do corpo do outro era sufocante,
a ausência da voz do outro era angustiante,
a ausência dos olhos do outro era dolorida.
Mas a fumaça que se fez queria se dissipar,
uma promessa, um desejo,
telefonemas e mensagens de amor,
o medo da perda, a dor do nunca mais,
a vontade de estar juntos, de se terem para sempre,
mas o que irá vencer no final: o medo ou o amor real?
Nós nos encontramos no amor.
Quem diria que o sol iria brilhar.
Que os dias seriam de flores brotando.
Que o orvalho da manhã nos cobriria.
Que as tardes seriam preenchidas de cor.
Que nossos beijos e abraços teriam tanto calor,
mas é isso que o amor nos faz.
Nós encontramos o amor.
Quando nossos corpos se tocam.
Quando nossos olhos se cruzam.
Quando sentimos o cheiro um do outro.
Quando dividimos nossas almas.
Quando a dor da saudade bate,
afinal é isso que o amor faz.
Eu fiz uma canção, cheia de sabores,
enquanto a chuva caia molhando a calçada.
Eu plantei uma flor, cheia de cores belas,
enquanto a lua se enchia, iluminando as borboletas.
Eu escrevi um poema, cheio de fonemas molhados,
enquanto a noite dormia junto aos pássaros nos fios.
Eu desenhei um coração, cheio de esperança e medo,
enquanto meus pensamentos tentavam encontrar você.
Eu só pedi algo que iluminasse meu caminho.
Eu só pedi algo que me confortasse da dor.
Eu só pedi algo que me fizesse sorrir sem destino.
Eu só pedi algo que me aquecesse de manhã.
Eu só pedi algo que me molhasse a alma.
Eu só pedi algo que percorresse as minhas veias.
Eu só pedi algo que ficasse na minha memória.
Então de repente percebi, que tudo que pedi era você.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Por quanto tempo devo lhe esperar?
Se for o tempo da rosa,
saiba que seu tempo acabou,
pois já brotou amor em mim.
Por quanto tempo devo ficar sem teus braços?
Se for o tempo das marés,
seu tempo chegou ao fim,
pois já me afoguei em teu mar.
Por quanto tempo não terei teu olhar?
Se for pelo tempo de uma prece
já chegaram no fim os minutos,
pois você iluminou minha vida.
Por quanto tempo não sentirei teus lábios?
Se for pela duração de uma canção
saiba que terminaram as rotações
e em mim só toca uma canção que tem teu nome.

domingo, 6 de maio de 2012

Quando eu me for,
só ficará a ausência,
que me envolverá sem teus braços,
e não terei teu sorriso para secar minhas lágrimas,
tampouco tua cabeça a descansar no meu peito.
Quando eu me for,
só restará uma sombra verde
e o vazio das gavetas da cômoda
e não mais escutarei teus ombros a me apoiar,
também não verei teus pés andando junto aos meus.
Quando eu me for,
irá comigo toda a falta que sentirei de ti
e a vontade de lhe roubar mais um beijo entre as paredes,
mas eu terei comigo como consolo,
as noites e a lua, e ao adormecer,
os sonhos em que te reencontrarei.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Tudo que tenho de ti é água do mar,
me leva, me carrega, me joga por entre as pedras,
me permite ouvir o canto das sereias
e quando te coloco em minhas mãos,
foges olhando pra trás.
Tudo que tens de mim é sal,
te seco, te protejo, te deixo a salivar,
te permito que me envolvas,
mas quando tu me tocas,
sabes que me dissolvo,
mas continuo nas águas do mar.