terça-feira, 19 de dezembro de 2017


É laje
É favela
É capoeira
É samba
É hip hop
É funk de montão
É aquele que vive no gueto
É o que desce pro asfalto
É o que solta e segura o rojão
É o que mexe o bumbum
É o que vai até o chão
É o que aparece nos jornais
É o que é confundido
É o que querem esconder
É o que luta a cada minuto
É o que desvia de balas e pedras
É o Pelourinho
É gingado
É força
É arte
É amor
É Zumbi
É Dandara
É Mãe Menininha
É você
Sou eu
Somos nós

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017


Tesoura que corta nuvens
Ponta que acelera as horas
Faca que derrete neve
Olhos que vislumbram sombras
Sonhos que mostram medos
Tinta que encobre tons
Pedra que segura água
Chão que se encerra em pé
Mão que fecha a respiração
Dor que libertam lágrimas
Discos que tocam o futuro
Papel que derruba árvore
Mapa que revela o espelho
Boca que morde estrelas
Sexo que absolve a carne

A tinta se soltou da parede
Revelou camadas de desapego
Os pedaços caídos no chão
Formaram lindas desilusões brancas
Os tijolos apareceram lentamente
Contando para quase todos
Segredos cimentados em desejos
E desbotados pelo tempo.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017


Uma vez partido
O que sobrou
Foi só ruído

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017


Tem horas que me sinto tão alto
Muito maior que todos os meus eus
Mas me lembro que o mundo muitas vezes não é pra mim
Que tem tanta coisa que não é bem assim
Que o medo e a incerteza seguram minha mão direita
Lá na frente vai caminhando toda minha certeza
Que as vezes tropeça nela mesma
Mas vou seguindo em frente até mesmo na contramão
Pois sobre uma coisa eu tenho razão
Não adianta não tentar, não vou desistir
A vida tem altos e baixos e não para só porque eu quero
Só porque eu desejo, só porque a gente tem medo
O medo faz parte, a coragem nasce muitas vezes do desejo
De querer mudar, de querer melhorar, de querer chegar
Seja onde for, seja como for, seja com quem for
Só não dá pra não andar, pra não correr, pra não ser
Então eu subo em todos os montes
E volto a ficar mais alto do que sempre acharam que eu não poderia ser.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017


Não, eu roubei todo o meu tempo
Mas não conseguirei mais dormir
Sempre as nuvens mostraram o dia claro
E não me vejo mais naquele espelho
Onde for sempre estarei inteiro
Nem que tenha de carregar várias linhas
E costurar minha alma e sombra
Deixá-las presas aos meus ombros
Com todo o mundo que já carreguei
Corto a corda que já me prendeu
Pulo de cabeça pra baixo com os olhos abertos
E nada vai impedir essa queda
Vou para fora do mundo que gira
Dou dois passos sempre para a frente
E aquela música sempre diz:
Se isso for demais, dance, dance até o nunca mais.