segunda-feira, 21 de dezembro de 2009


EL NIÑO


Foram somente cinco minutos. Não durou mais do que isso. Não houve tempo para ver os tons, sentir os cheiros, tocar a umidade. Não sobrou tempo para o nada. Aconteceu às treze horas e cinqüenta e quatro minutos e zero segundos. Havia no ar um quê de claridade, uma claridade nublada de futuro, uma claridade de lua. Por entre pernas o quarto se iluminou, mas a alegria que se ouvia era angustiante, de uma delicadeza de cristal. Estava presa por um fio longo e fino. Passaram-se cinco minutos e o sol já cansado mergulhou no horizonte. A alegria dissipou-se em dor de espinhos feridos. Cinco longos minutos, o tempo de toda uma vida. Não foi capaz de deixar saudade, só a boca seca e uma pequena história.

Nenhum comentário:

Postar um comentário