terça-feira, 5 de janeiro de 2010


As coisas que meus olhos vêem
as coisas que meus olhos sentem
traduzem minh'alma.
O hoje difere-se do ontem
que se diferirá do amanhã.
As coisas mudam,
o mundo muda
em um piscar
lânguido e febril.
O ângulo de minha janela
altera-se com o nascer do sol
como altera-se o que há em mim,
o que há em nós.
O âmago do meu ser
está em constante movimentação,
num eterno piscar ligeiro,
delicadamente transmutador.
Mas o mundo também pisca
em uma velocidade maior,
assustadoramente quase impenetrável
e tangível.
É a admirável essência do infinito
que reflete-se em mim,
que se parte em mil,
me envolve,
me rasga a alma,
despedaça o meu ser,
para que dele renasça
a cada dia,
ora amargo,
ora gélido,
ora dominante,
ora suave,
ora solto,
ora eu,
ora nós,
ora mais eus que se possa contar.
Mas a janela não se fecha,
Ela gira sempre aberta.

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