segunda-feira, 25 de julho de 2011


Eu descendo as escadas
Você olhando pela janela
Eu andando em marcha lenta
Você quebrando as paredes
Eu observando as nuvens
Você esquecendo-se de regar as plantas
Eu no ponto de ônibus
Você fazendo limonada
Eu me assistindo nas vitrines
Você secando o suor da testa
Eu sentindo o peso das coisas
Você sentado no canto da sala
Eu esperando pelo brilho da lua
Você enchendo as formas de gelo
Eu voltando vago pela noite
Você deixando a água pelo seu corpo
Eu abrindo portas
Você sorrindo descansado.

2 comentários:

  1. Gosto bastante desse contraponto entre o eu lírico
    e o outro ser ,sempre em pares de ações que situam-nos em atitudes diferenciadas e que sugerem, quiçá, um desencontro, uma ausência de combinações exatas, um desarticulado contraponto de momentos, seres, lugares e ações. Muito interessante!Parabéns.

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