domingo, 2 de novembro de 2014


Não há sangue no chão
os carros passam
e não ocupam a contramão
tudo ruido ao olhar pra trás
está vazio teu colchão
os olhos do gato
fechados pela escuridão
pedaços de bolo e velas
entre os tijolos da construção
nenhuma mão segurando o pão
sem mar, sem sal, sem gostar
ferindo a pele da solidão
linhas vazias pra configurar
vago pedaço de coração
sonho bolorento desfeito
moscas sorvendo a desilusão.

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