domingo, 4 de junho de 2017


Todo o silêncio depois da chuva
Carrega aquilo que escondi
Malas desarrumadas pelo chão
Uma garrafa de vinho
Meus bolsos todos vazios
A luz neon piscando
Da janela embaçada
Pela fumaça do último cigarro
As gotas seguem deslizando
Atingindo a calçada
Da rua vazia e solidária
O canto escuro do quarto
A sombra da cama desarrumada
Cortinas encardidas dançam
Pelo ar da noite
A lua rompendo a escuridão
Meu paletó desabotoado
Um comprimido para dor
Flores mortas no jarro de plástico
O livro marcado na página final.

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