sábado, 9 de junho de 2018


Samambaia e suas ramas escorrendo pelas paredes
E nossas roupas esparramadas pelo chão
O vento que entra pela janela entreaberta
Varre todo pó que se acumulou por anos
Enquanto ficávamos sentados no sofá de couro
Nada daquele sol que assombra as estantes
A cortina permanecia fechada como nossos olhos
Os livros vão se abrindo com seus segredos velados
Nossas mãos se encontram antes que o sereno chegasse em nós
Estrelas brincam de esconder por entre nuvens
Olhamo-nos uma última vez de costas para a parede
Todo mármore branco da cozinha está escorregadio
Os cactos que nasceram entre nós florescem devagar
Catalogaram todos os objetos pontiagudos
Tentamos uma vez mais não cairmos em nossas próprias armadilhas
Fechamos todas as portas com beijos matinais
Despedimos do velho mundo com uma aquarela febril.

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