O que é o amor, senão um esforço
De encontrar uma nota musical singular
No alto de uma montanha ao pôr do sol
Sob os olhares de pássaros cantores azuis.
Não, isso não é o amor em si
Não passa de uma desesperada ilusão
De alguém que se afoga diariamente
Em imagens adocicadas das novelas.
Amor é o jogar-se do penhasco profundo
E não ter medo da queda certeira
Ir de olhos abertos rumo ao chão rígido
Chegar lá embaixo e se despedaçar por completo.
Isso também não é o amor real
É somente uma imagem numa tela
Uma tentativa de sentir algo maior
Uma coisa intocável pelas nossas mãos vazias.
Amor na realidade nua e crua
É nada, é um talvez apertado
É aquilo que não podemos sentir
Mas é tudo pelo que podemos viver.
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