terça-feira, 29 de março de 2011


E o amanhã escorregando das minhas mãos
em pleno agosto desnudo de paixão
quebra ao som do catavento meu coração
os pedaços vão em pequenas caixas
bordados com renda branca
anunciando: este ano não tem verão
repousa lúgubre a minha solidão
entre as árvores pois infrutífero estou
as preces nunca tocam o céu cinzento
e meus olhos ainda míopes e pés tortos
tentam caminhar pela estrada em curva.

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