sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Fomos o que podíamos ser
Um copo de vinho barato no bar
Alguns trocados na porta da igreja
Um pouco de terra batida molhada
A sombra na parede banhada pela esquina
Algo tentava nos impulsionar a sermos mais
A ponte deitada sob o sol da manhã
Os livros escondidos na estante da biblioteca
A vontade da carne rasgada pelo gancho
As flores que não se abriam no outono
Mas as coisas as vezes vem em vão
Como a descida para o purgatório
As danças maliciosas no salão brilhante
Os tacos soltos que tropeçamos no quarto
A lua que se escondia nas nuvens de chuva
E ficou aquilo que permitimos
A ausência de nós nos dias pares
O olhar da janela para dentro da sala
O controle remoto sobre o sofá
A alegria do vagalume pelas tardes mornas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário