segunda-feira, 26 de abril de 2010


As roupas no varal dançam com o vento leve da primavera
as nuvens brancas se aconchegam no céu azul anil
os pássaros brincam de se esconder por entre as árvores verdejantes
os pomares estão carregados de frutos maduros e adocicados
as janelas fecharam, trazendo notícias de corvos e larvas
os marcos das portas me encaram silenciosos, pedindo que eu não me vá
meu rosto apanha as lágrimas que derramei ontem
meus pés se cobrem de barro seco da estrada de terra vermelha
minhas mãos tentam, em vão, tampar o buraco aberto em meu peito
meu corpo se desfaz, devagar, em álcool e sonhos
não há como voltar atrás do futuro agora.

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